sexta-feira, 24 de junho de 2011

A comunicação no governo de Passos Coelho



Um dos  pilares para o sucesso da recente equipa governativa passará pela comunicação. Já o seria em condições normais, mas mais fulcral será na atual conjuntura de crise. Para envolver as pessoas e diminuir os protestos sociais as principais medidas terão de ser bem comunicadas, o que implicará honestidade, clareza e coerência no discurso. O governo de Pedro Passos Coelho terá de inverter a imagem do anterior executivo onde a comunicação foi percecionada pelos portugueses como algo meramente propagandístico e manipulador da opinião pública.
A essência da boa comunicação é a verdade e somente através desta será possível gerar confiança numa dose suficiente para motivar as pessoas a alterarem atitudes e comportamentos. Para isso será fundamental traçar uma estratégia de comunicação que seja clara para toda a equipa governativa, onde todos estejam envolvidos e devidamente alinhados. Apenas assim conseguirão ganhar credibilidade e ser bem-sucedidos no dia-a-dia com a mínima contestação possível. As pessoas não suportarão mais trapalhadas e o tão famoso na política “diz que disse”.
O governo terá de ser uma orquestra onde não poderá existir qualquer instrumento desafinado sob pena de arruinar a performance dos restantes elementos. Para isso é fundamental encontrar um bom maestro. De acordo com as últimas notícias que vieram a público já foram recrutados alguns jornalistas para a nova equipa de comunicação do governo. Na minha opinião serão elementos importantes e válidos mas que não terão a capacidade de ocupar o tal lugar supremo de maestro. Este não poderá ser um mero assessor de imprensa. É-lhe exigido uma visão mais abrangente da comunicação, com pensamento estratégico e conhecimentos que vão muito além do simples jornalismo de terreno. O tempo encarregar-se-á de me dar ou não razão.

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